A resposta sexual humana

by | Ago 7, 2023

O objetivo da resposta sexual humana é preparar os corpos para o ato sexual, para isso são mobilizados diversos processos fisiológicos, reagentes a estimulações específicas decodificadas e instruídas a partir de sucessivas e engenhosas reações orgânicas sob o comando do cérebro.

Tais reações devem atuar de maneira satisfatória sobre os órgãos genitais de cada parceiro preparando-os de maneira eficiente para o ato sexual. A excitação sexual é fundamental para que o corpo seja preparado para o ato. As transformações fisiológicas ocorrem em ambos os sexos, provocando reações neurológicas, vasculares, musculares e hormonais que afetam, com alguma intensidade o funcionamento de todo o corpo (Kaplan, 1977).

Como no caso do homem, a resposta sexual feminina tem início com a excitação e se constitui de dois componentes distintos: uma resposta local vasocongestiva idêntica à ereção, e o orgasmo, que é análogo à fase expulsiva do orgasmo masculino. A resposta vasocongestiva inicial, que resulta na formação da plataforma orgásmica e no umedecimento da vagina, não tem fórmula descritiva adequada, e aqui é referida como a fase de lubrificação-intumescência.

Semelhantes aos homens, estímulos, não necessariamente sexuais, podem ocasionar sensações eróticas e respostas fisiológicas sexuais nas mulheres. Em nossa cultura, as mulheres reagem sexualmente mais a estímulos táteis, beijos e carícias, que a estímulos visuais. Também podemos perceber que a qualidade das relações com o parceiro parece ser uma determinante de adequação sexual mais importante para as mulheres do que para os homens. Ao contrário dos homens, as reações sexuais específicas na mulher, em grande parte, são internas. Tal fato limita o conhecimento do estado fisiológico ideal para o coito, se reservando ao umedecimento da vagina, à sensação de excitação e à percepção de certo nível de congestão pélvica.

RESPOSTA SEXUAL FEMININA

Fase do desejo:

É, em essência, uma experiência subjetiva. A mulher tem como incitadores de desejos seus sentidos e o pensamento. A idéia do ato sexual se faz presente, e há a mudança da percepção de estímulos que antes poderiam ser indiferentes ou mesmo dolorosos para uma experiência prazerosa que a faz avançar pelas fases subsequentes. Fisiologia pouco compreendida, mas sabe-se que sua base está nos hormônios andrógenos.

Fase de excitação (lubrificação-tumescência): 

Ocorre aqui a resposta fisiologica do corpo: tensão muscular, vaso-congestão da genitália, lubrificação vaginal, ligeiro aumento do clitóris, elevação do útero > expansão da vagina (efeito barraca).

Fase orgásmica:

Contrações reflexas ritmadas da musculatura perivaginal e perineal (8 décimos de segundo, 3 a 12 contrações).

“A circulação se acelera, os olhos violentamente injetados tornam-se esgazeados, a respiração ofegante e entrecortada em alguns sujeitos, é retida em outros; os centros nervosos congestionados só comunicam sensações e volições confusas, a motilidade e a sensibilidade demonstram inexprimível desordem”

Fase de resolução:

Relaxamento e regressão das alterações. O clitóris geralmente retorna a sua posição normal em cerca de 10 segundos e a plataforma orgásmica sofra uma rápida detumescência. Podem transcorrer 10 a 15 minutos até que a vagina retorne a seu estado prévio (não-estimulado) e para que o útero atinja sua posição basal. Os pequenos lábios perdem sua coloração arroxeada logo após o orgasmo.

RESPOSTA SEXUAL MASCULINA

Semelhante à feminina em seu início. No entanto, nos homens o estímulo visual é de maior importância para iniciar e manter o desejo sexual.

A excitação é marcada pela ereção. Duas alterações são as mais importantes: congestão vascular no aparelho genital e extragenital, e a contração involuntária de fibras musculares.

Tal reação não se limita à genitália: a pele torna-se ruborizada, os mamilos se eriçam e
aumentam a sensibilidade. Há aumento da pressão sanguínea, frequência cardíaca e respiratória. Há miotomia nos órgãos próximos (reto, uretra e bexiga).

Culmina com o orgasmo, marcado pela expulsão do sêmen.

Diferentemente do que ocorre na mulher, após o orgasmo, o homem apresenta um período refratário até que possa iniciar nova atividade sexual.

Fonte: KAPLAN, H S. – A nova terapia do sexo. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1977.

MASTERS, W.H., JOHNSON, V.E – A Incompetência Sexual – suas causas, seu tratamento, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1970

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